, MAÇONARIA MOSSOROENSE: Maçonaria no Brasil

sábado, 4 de abril de 2009

Maçonaria no Brasil


A primeira notícia certa acerca da Maçonaria propriamente dita no Brasil é fornecida pelo manifesto que José Bonifácio dirigiu em 1832 aos Maçons de todo o mundo, comunicando que, em 1801, fora instalada a primeira Loja Simbólica Regular, debaixo do título "Reunião" e filiada ao Grande Oriente da França, tendo adotado o Rito Moderno ou Francês, professadamente laico e materialista, que baniu a Bíblia de suas cerimônias e não invoca o Supremo Arquiteto do Universo. No ano seguinte, em 1802, encontramos na Bahia a loja "Virtude e Razão", funcionando também no mesmo Rito Francês. Escreve por isso o Maçom Adelino de Figueiredo Lima: "A Maçonaria Brasileira é filha espiritual da Maçonaria Francesa. Da França veio o Rito Moderno com que o Grande Oriente atingiu a maioridade"(Nos Bastidores do Mistério, Rio, 1954, p.125). Quando o Grande Oriente de Portugal soube da existência, no Brasil, de uma Loja Regular e obediente ao Oriente francês enviou, em 1804, um delegado, a fim de garantir a adesão e a fidelidade dos Maçons brasileiros. Mas não foi feliz o delegado lusitano no modo como queria impor suas pretensões. Assim, resolveu deixar fundadas duas novas Lojas, submissas ao Oriente do Reino: eram as Lojas "Constância" e "Filantropia". Encontramos, pois, desde o início a semente da discórdia no seio da Maçonaria no Brasil. Outros desentendimentos sobrevieram, de maneira que, em 1806, estas duas Lojas deixaram de funcionar. Mais felizes foram as iniciativas na Bahia. A Loja "Virtude e Razão", fundada em 1802, constituiu outra em 1807, com o nome de "Humanidade" e mais uma em 1813, a "União". Completo assim o quadro mínimo de três Lojas, foi criado, no mesmo ano de 1813, o primeiro Grande Oriente. Mas devido à desastrosa Revolução pernambucana de 1817, este Oriente e suas Lojas "adormeceram". Em 1809 fundou-se outra Loja em Pernambuco, que, por sua vez, serviria de núcleo para outras três, sendo também estabelecida um Grande Loja Provincial. Mas, como tinham fins pronunciadamente políticos, tiveram de suspender, também em 1817, suas atividades. No Rio de Janeiro fez-se nova tentativa, com a fundação das Lojas "Distintivo" e "São João de Bragança". A primeira, no ano de 1812, em São Gonçalo na Praia Grande ou Niterói, e a segunda, no próprio Paço Real da Corte de D. João VI, mas sem conhecimento do Monarca. Estas duas Lojas também tiveram uma existência muito efêmera. Com a fundação da Loja "Comércio e Artes", em 1815, no Rio, à qual se filiaram numerosos Maçons da antiga Loja "União", iniciou-se uma era mais sólida para a Maçonaria no Brasil. Esta Loja existe ainda hoje, mas só conseguiu firmar-se definitivamente em 1821. Com efeito, em 1818, D. João VI proibiu "quaisquer sociedades secretas, de qualquer denominação". Mas a campanha da Independência do Brasil preservou a existência da Loja "Comércio e Artes".

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